A questão 177 da prova amarela deste ano já havia aparecido com os mesmos dados e informações na prova aplicada em 2010 na edição PPL (pessoas privadas de liberdade). A repetição dos itens foi identificada por professores da SAS - Plataforma de Educação.
A escassez do BNI (Banco Nacional de Itens), de onde são retiradas as questões do Enem, vem sendo alertada por servidores do Inep há anos. Em março do ano passado, a equipe técnica do órgão produziu um documento em que previa a possibilidade de utilização de itens utilizados em edições anteriores para fazem o Enem 2022.
No ano passado, a estratégia usada para contornar a falta de questões foi a reciclagem de itens usados em anos anteriores. Eles usaram questões feitas e pré-testadas em anos anteriores, mas que ficaram de fora das provas oficiais por terem apresentado alguma fragilidade nas informações piscométricas -que são as informações estatísticas que permitem a calibragem para a medição de diferentes proficiências entre os candidatos.
Eram itens que apresentaram falhas, mas foram corrigidos para torná-los adequados. São perguntas que poderiam, por exemplo, ter algum problema no enunciado ou nas alternativas de resposta. Ou seja, itens que tinham seu conteúdo pedagogicamente aprovado, mas apresentavam alguma falha, que foi corrigida pelos elaboradores.
Estima-se que cada item do Enem custe de R$ 2.000 a R$ 3.000 para ser elaborado, já que eles são feitos por uma banca de especialistas de cada área, passam por até quatro revisores e depois seguem para o pré-teste.
Desde 2009, quando o Enem ganhou o formato atual e virou vestibular, há dificuldade de produzir itens adequados em número suficiente para a compor a prova. O problema foi agravado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), já que nos três primeiros anos de gestão não foram produzidas novas questões para compor o BNI.
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